Duilio Kuster lança livro sobre o teatro capixaba na ditadura militar

DUILIO KUSTERO ator da Folgazões e historiador Duilio Henrique Kuster Cid, após sua conclusão de mestrado, lança o livro “Revolução de Caranguejos – o teatro capixaba na ditadura militar” (Ed. Cousa – 2015) dando luz a um movimento ativo que ficou nas sombras da história, até então.

Faça o download gratuitamente (PDF):  REVOLUÇÃO_DE_CARANGUEJOS_livro.

Confira parte da INTRODUÇÃO:

capa-REVOLUÇÃO_DE_CARANGUEJOS_livro-1“Enquanto ator e apreciador das artes cênicas, sempre acompanhei de perto o movimento teatral do Espírito Santo. Ao longo dos anos, algo
que sempre me inquietou foi a constatação de que o teatro realizado pelos artistas capixabas é pouco valorizado pela população local e praticamente desconhecido em nível nacional. Tal desvalorização assume um aspecto instigante se levarmos em consideração que uma das primeiras encenações teatrais no Brasil ocorreu na Capitania do Espírito Santo, em 1567, quando o padre jesuíta José de Anchieta encenou o seu Auto da Pregação Universal.

A passagem à quase inexpressão teatral do Espírito Santo passou a despertar meu interesse para uma pesquisa mais aprofundada sobre o assunto. Pude perceber que inúmeros artistas teatrais de nosso estado veem a década de 1970 como um período de destaque do movimento teatral capixaba.

Essa percepção aguçou minha curiosidade por se tratar do momento em que o Brasil estava vivendo sob a Ditadura Militar (1964 – 1985) marcada, entre outras características, pelo cerceamento das liberdades individuais e coletivas e pelo consequente controle das produções culturais e artísticas. O Espírito Santo, assim como os demais estados da federação, passou a contar com governadores indicados pelo poder federal e a sofrer os reflexos da situação política nacional.

Resolvi, portanto, concentrar a minha investigação na época acima referida, procurando entender em que medida ocorreu a participação do Estado no processo de desenvolvimento do teatro local. No período em questão, o Espírito Santo contou com o auxílio de duas instituições para a programação e execução de sua política cultural: a Fundação Cultural do Espírito Santo (FCES), de 1969 a 1980, e o Departamento Estadual de Cultura (DEC), de 1980 a 1985.

Ao iniciar a pesquisa, fui surpreendido pela escassez de obras disponíveis tanto sobre o teatro capixaba, quanto sobre o período da Ditadura Militar no Espírito Santo. Tal escassez, se por um lado agregou ao presente trabalho a importância de cobrir determinadas lacunas históricas, por outro, anunciou o caminho árduo e, muitas vezes, incerto que teria que trilhar.” …

 

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